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Sérgio Alfredo Petzhold: uma liderança gaúcha no mercado segurador brasileiro

26.07.2016 - Fonte: Seguro Gaúcho

O mercado segurador brasileiro tem seus pioneiros. Aqueles profissionais que desbravaram o segmento e acreditaram no setor antes que ele pudesse dar qualquer indício de que pudesse dar certo. Eles estão espalhados por todo o país e no Rio Grande do Sul está um dos maiores exemplos disso: Sérgio Alfredo Petzhold, que é reconhecido como um dos principais líderes sindicais dos corretores gaúchos. Ele deu voz e credibilidade ao Sincor-RS. Sua liderança ganhou fronteiras e ele ajudou a fundar a Federação Nacional dos Corretores (Fenacor). Vitalidade é uma das palavras que pode definir Petzhold. Aos 77 anos e ainda está na ativa, ele é o atual vice-presidente Administrativo do Sincor-RS, mentor e criador da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Credicor-RS), na qual ocupa a presidência. "Corretor de seguros é a única profissão que eu conheço em que o velho é respeitado nesse país; é a única profissão que conheço em que um homem da minha idade pode ser líder de uma corretora como a minha sem ser constrangido por pessoas mais jovens", afirma. A história do dirigente começou em 1968, quando ele cursava a faculdade de Ciências Contábeis na PUC-RS e também era jogador de futebol. "Joguei pelo Novo Hamburgo e também pelo Internacional", recorda. No início da década de 1970, o futebol perdeu um goleiro e o mercado de seguros ganhou um líder. O pai de Sergio se aposentou e perguntou se ele não gostaria de trabalhar em seguros. "Eu disse a ele que pretendia ser gerente de banco. Nunca imaginei trabalhar na área de seguros. Saía cedo com meu pai porque ia pra faculdade depois. Gostei da liberdade de visitar dez pessoas pela manhã. Eu tinha 26 anos quando comecei a trabalhar com ele", lembra. Na época não havia curso para corretor de seguros. A porta da entrada para a profissão era atuar como preposto. "Trabalhei dois anos com meu pai e depois me tornei corretor em 1972", conta. Petzhold lembra que o Sincor-RS tinha poucos associados e que foi necessário um trabalho conjunto para atrair os corretores para integrar o quadro associativo. Petzhold esteve à frente da entidade por nove gestões. Sempre combativo, ele também ajudou a fundar a Federação Nacional dos Corretores. "Seis sindicatos participaram da fundação, entre eles o Sincor-RS, quando eu estava na presidência", diz. Outra vitória de Petzhold como liderança dos corretores gaúchos foi a criação da Credicor-RS. "Peguei 20 pessoas e fundamos um banco. Eu era presidente do Sindicato na época e seis meses depois o Credicor não precisava mais pedir dinheiro para o Sincor-RS. Um ano depois ele já se autossustentava em todos os sentidos", diz. Ele conta que a ideia de criar a Cooperativa surgiu na época em que os bancos entraram na área de seguros e começaram. "O governo dizia que o Corretor só queria trabalhar nas capitais e não no interior. A participação dos seguros no PIB era de 0,85%. O mercado não crescia, ficou estagnado por muito tempo", relata. O dirigente diz que a entrada dos bancos no mercado segurador tirou muitos corretores do mercado porque os bancos atuavam em cima das contas dos corretores em vez de atrair novos clientes. "Muitos Corretores tiveram problemas financeiros e precisaram fazer empréstimos", diz. Por conta disso, havia uma revolta dos corretores contra o segmento financeiro já que muitos profissionais estavam sem trabalho. "Alguns diziam que devíamos jogar uma bomba na agência porque perseguiam os Corretores. Muitos ficaram desamparados, foram encontrando novos segmentos, outros não conseguiram mais sobreviver no mercado de seguros", lembra. Foi na ocasião que Petzhold quis fundar um banco. "Não foi apenas no Rio Grande do Sul, em outros estados também há cooperativas movidas pela mesma motivação de criar uma estrutura para os corretores", enfatiza. Ele diz que o Credicor facilita para o Corretor de Seguros porque não cobra nenhum tipo de taxa. O associado é obrigado a fazer uma poupança de 40 reais por mês. "Em um ano são R$ 500 a uma remuneração de 20% mais ou menos em cima disso", explica. Petzhold diz que foi feita uma alteração no estatuto da Cooperativa assim como aconteceu no Sincor-RS em sua gestão. "O que tinha de ser feito para o corretor dentro da minha filosofia, eu fiz. Mudei o estatuto permitindo o presidente não ficasse mais que duas gestões", afirma. Ele lembra que no interior do Rio Grande do Sul muitas cooperativas foram quebradas por má gestão. "Estou na primeira gestão do Credicor. Posso ficar mais uma. É o que pretendo para consolidar tudo o que está em andamento", avalia. No Sindicato Hoje, o Rio Grande do Sul tem cerca de seis mil Corretores de Seguros. Para Petzhold, as entidades cresceram graças à união das lideranças. Ele lembra que até o ano 2000 poucas pessoas se interessavam pelo Sindicato. "Em 50 anos ninguém quis e um grupo de abnegados pegou. Hoje há quem queira assumir, mas não conhece o Sindicato", pondera. O experiente Corretor de Seguros conta que, quando estava à frente da entidade, teve de conciliar as atividades. "Minha profissão sempre esteve à frente do Sincor-RS, porque minha família precisava sobreviver. Eu tinha que cuidar da minha corretora antes das 18 horas e do Sindicato depois das 18. Sempre deleguei poderes para os outros e ficava mais fácil para dirigir o Sindicato", ensina.

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