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Executivos da HDI, Icatu e Bradesco participam do ITC World Tour

09.09.2020 - Fonte: Seguro Gaúcho

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Os CEOs das seguradoras HDI Seguros, Murilo Riedel; e Icatu Seguros, Luciano Snel; e o Diretor Geral da Bradesco Auto/RE, Ney Dias, participaram da parada brasileira do ITC World Tour, na tarde de terça-feira (08).

Além de ser fruto da parceria entre Digital Insurance Agenda (DIA) e o Insuretech Connect, a iniciativa é organizada pelo CQCS. Considerado o maior evento de inovação em seguros do mundo, o encontro virtual teve como tema central “Quais os legados da Pandemia para o futuro do mercado de Seguros no Brasil?”. A mediação foi do CEO da Minuto Seguros, Marcelo Blay.

Para Luciano Snel a pandemia trouxe a sensação de vulnerabilidade e fez com que as pessoas ficassem mais conscientes do risco, da necessidade de cuidar da família e preservar a qualidade de vida. A sensação de insegurança que ainda é corroborada pelos problemas econômicos, provoca ainda mais incerteza em relação ao futuro. “As pessoas estão tentando estabelecer relações de confiança e de proximidade e isso também vale para as empresas. Todos estão buscando marcas e instituições que tenham propósito e que sejam cada vez mais humanas”.

De acordo com Snel, o atual contexto poderá favorecer a democratização de produtos como o seguro de vida. “O setor de vida movimenta R$ 43 bilhões arrecadação por ano. Só que no Brasil as pessoas têm a percepção de que esse tipo de seguro custa três vezes mais do que o seu real valor. Isso precisa ser desmistificado. Necessitamos mostrar que esse produto traz previsibilidade financeira, proteção e a blindagem necessária, oferecendo opções para todos os perfis”.

Ele ainda relembrou que devido ao avanço acelerado da tecnologia em nível mundial, em 2019 a Icatu fez um investimento elevado nessa área, em que um dos grandes pilares foi o portal de API. “Queremos que desenvolvedores, startups e nossos parceiros se pluguem para buscar modos de contribuição nessa cadeia de valor, oferecendo aquilo que têm de melhor e podendo se conectar a Icatu. Investimos no ano passado R$ 115 milhões em tecnologia e inovação”.

Já para Murilo Riedel, a pandemia fez com que o risco se materializasse para todo mundo e a sociedade começou a se preparar para outros contextos, o que acabou trazendo reflexos ao mercado segurador. E ele projetou um cenário para as atividades das seguradoras. “O mercado caminhou forte na terceirização, mas agora trará de volta algumas dessas atividades. É um movimento que vai se acentuar nos próximos meses e anos”, destacou o CEO da HDI.

Para o executivo a disseminação mundial de uma nova doença criou ainda a necessidade de diversificação, mas dentro de um ecossistema de oportunidades, com parcerias que se ajudam mutuamente. “Os corretores de seguro também deverão se movimentar em busca de parcerias e da construção de novos ecossistemas. Do ponto de vista econômico não será mais possível para esse profissional atuar sozinho, pois essa postura está ficando onerosa e improdutiva”.

Sobre os seguros intermitentes, Riedel considera que eles são bastante simples. Entretanto, o executivo classifica como elevado o valor do produto. “Não chega a ser vantajoso para consumidor, a não ser para aqueles que usam o carro muito pouco”.

Por fim, Ney Dias disse que a pandemia trouxe o conceito de que todas as pessoas têm algum tipo de vulnerabilidade. E que para ele esse tipo de situação enaltece o papel do seguro, que existe para resguardar e proteger. “Diante da atual situação que assola ao mundo todo, vejo uma clara oportunidade, pois os clientes estão sensíveis a dialogarem sobre riscos”.

Contudo, o diretor geral da Bradesco considera que o maior legado da pandemia é o de acelerar tendências. “Nos últimos anos as taxas de juros já vinham declinando, mas agora rapidamente chegamos ao índice de 2%. Esse índice está mais em linha com o mercado internacional”, observou Dias. “No Brasil cerca de 88% das reservas das seguradoras estão lastreadas em títulos públicos, enquanto que na Europa e nos Estados Unidos esse percentual está em torno de 15%. Isso significa que teremos uma mudança significativa nos próximos anos na medida que as companhias de seguro busquem diversificar seus investimentos, saindo da rentabilidade básica para formas alternativas de investimento”.

Para ele, a queda de juros coloca pressão no resultado operacional. “Entretanto, para esse resultado melhorar em um cenário limitado pelo momento delicado da economia, só existe uma alternativa: trabalhar melhor a operação e ganhar eficiência, sempre trazendo melhoria na experiência do cliente”.

Dias frisou que a pandemia obrigou as seguradoras a adotarem práticas que ainda estava em análise, como o trabalho e o atendimento remoto. “Ficou mais fácil tomar decisão. Disponibilizamos a vistoria feita pelo próprio segurado. Era algo que a gente pensava em fazer, mas estava em plano piloto”.

Após o término do debate, foi realizada uma competição mundial entre insurtechs. Cinco startups brasileiras participaram da disputa: Segfy; Komus; Fitinsur; Me Sinto Seguro e O2OBOTS. A SegFy venceu a competição e competirá no ITC Global com insurtechs de todo mundo. O evento acontece entre os dias 21 e 23 de setembro.

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