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Paradeda entrevista a diretoria do Sindicato dos Securitários

01.12.2020 - Fonte: Seguro Gaúcho

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O Seguro Gaúcho segue dialogando com vários agentes do mercado segurador. Dessa vez o bate-papo virtual de Luiz Felipe Paradeda foi com a diretoria do Sindicato dos Securitários do Rio Grande do Sul.

Paradeda iniciou o diálogo perguntando ao presidente do Sindicato, Valdir Brusch, quais são as atribuições da entidade, bem como os anseios, as dificuldades e as perspectivas diante da pandemia que vigora desde a metade do mês de março de 2020.

Brusch explicou que ele e os demais integrantes da diretoria do Sindicato seguem atuando de forma presencial, desde o início da pandemia. Diante do impacto do isolamento social no crescimento do PIB brasileiro, o Governo Federal editou ainda no mês de abril a Medida Provisória (MP 936) que teve como propósito flexibilizar questões trabalhistas durante a pandemia. “Com a nova realidade, as empresas do setor de seguros estão buscando salvaguardas junto ao Sindicato dos Securitários para terem garantias jurídicas de todos os atos que necessitem realizar”.

O presidente da entidade esclareceu que o Sindicato teve que analisar de forma individual todos os contratos que foram afetados pela MP 936 referente à redução de jornada de trabalho e de salário. “Nosso sindicato teve até que elaborar suspensão de contratos trabalho, contratos de redução de jornada de trabalho e também de reposição de jornada dos colaboradores ligados a empresas de pequeno porte ou micro-empresas que atuam no segmento. Este ano auxiliamos muitas empresas que atuam no mercado segurador e ainda hoje temos um volume grande de serviços”.

Além da crise provocada pela pandemia, o Sindicato enfrenta outros desafios, sendo que o principal dilema está relacionado à Reforma Trabalhista de 2017 que afetou de forma negativa a entidade. “Nossos problemas financeiros começaram após a Reforma Trabalhista de 2017 que determinou o término da obrigatoriedade da contribuição sindical. Com o fim do imposto sindical foi extinta a receita de nossa entidade que tem despesas administrativas regulares. Antes desse fato tínhamos sete funcionários, hoje não temos mais nenhum. São os quatro integrantes da diretoria que realizam todas as funções possíveis”.

O diretor para assuntos trabalhistas, Ubiratã Oliveira, também mostrou-se preocupado com a atual conjuntura. “Por causa da pandemia aumentou muito o volume de nossas demandas e sem a presença de funcionários, devido a situação financeira que atravessamos, tudo está mais difícil”, afirmou Oliveira, que comentou aspectos da parte financeira devido o diretor financeiro, Everson Figueira, não estar presente na entrevista pela necessidade de atender as demandas da entidade.

Diante da atual situação o presidente Brusch informou que estão sendo realizadas assembléias para obter a aprovação dos associados a respeito da venda do imóvel do Sindicato: “essa é a nossa única maneira de se obter receita atualmente. Com muita dor estamos nos desfazendo de nosso patrimônio, mas é a única alternativa ou então poderemos até fechar o Sindicato”.

O dirigente alertou que o fim das atividades da entidade poderá causar grandes transtornos administrativos não apenas para seus associados, mas também para as empresas. “Não haverá mais a garantia jurídica das convenções dos acordos coletivos e os empregados ficarão sem esse direito já que a CLT garante apenas salário, férias, 13º salário e FGTS. Se for aprovada a comercialização do patrimônio do Sindicato ele será colocado a venda para que depois possamos adquirir um imóvel menor, a fim de que a entidade continue realizando suas atribuições legais”.

Para todas as convenções coletivas e posteriormente para os acordos coletivos, o Sindicato fará uma reivindicação para o ano de 2021: “pediremos a manutenção de toda a convenção que está vigorando esse ano, sem nenhum clausulado novo. Queremos apenas a reposição da inflação de 2020”.

Apesar de lamentar o contexto atual a secretária geral, Denise Martins, demonstrou certo otimismo com o futuro da entidade. “Para ser sindicalista é preciso ter ideais e esperança para seguir adiante e não desistir. É preciso acreditar que vai dar certo. Destaco essa iniciativa do Seguro Gaúcho em promover esse bate papo virtual para mostrar ao mercado segurador as ações e atividades do Sindicato dos Securitários”.

Paradeda questionou quais são os desafios para o Sindicato diante da pandemia. O dirigente respondeu que os desafios giram em torno do home office com seus aspectos positivos e negativos, já que ele aconteceu de forma abrupta e não possibilitou aos trabalhadores se prepararem para a nova forma de atuação. “Para os funcionários a atividade remota no domicilio tem gerado uma maior carga horária de trabalho, aumento no consumo de energia elétrica e até dificuldades de conciliar tempo e espaço da vida profissional com os afazeres domésticos. E isso tem causado alguns problemas psicológicos”.

Valdir Brusch considera que outro grande desafio acontecerá quando ocorrer o retorno dos colaboradores aos seus postos de trabalho. “Com os funcionários trabalhando em home office as empresas estão tendo uma economia administrativa, já que não ocorrem despesas com vale transporte, luz, água, limpeza e segurança. Entretanto, quando eles retornarem terão que se readequar a antiga rotina que inclui deslocamentos, o convívio presencial com colegas e com público também. Será um grande desafio para todos, mas nossa entidade estará preparada para isso”.

Parededa também considera que o trabalho executado em home office tem exigido maior número de horas de todos. “Tanto funcionários como dirigentes estão trabalhando mais depois que começou a pandemia, já que as pessoas têm horário para começar, mas não têm hora para terminar suas atividades. Nunca trabalhei tanto na vida como nesse período de quarentena”.

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