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O panorama econômico do Brasil e do mundo na avaliação de Victoria Werneck, economista da Icatu

27.07.2020 - Fonte: Seguro Gaúcho

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A Icatu Seguros promoveu em seu canal no Youtube mais uma edição do Conversa com Especialista, dia 23 de julho. E a convidada especial foi a economista-chefe da Icatu Seguros, Victoria Werneck, que analisou as perspectivas econômicas para o Brasil e o mundo. A mediação do encontro virtual foi de Talita Raupp, que integra a equipe de previdência da Seguradora.

Apesar da realidade de incertezas e de uma lenta recuperação econômica, na avaliação da executiva a sensação é de o mundo poderá ter um olhar mais otimista para o ano de 2021, embora ela considere que ainda haverá muitos desafios. Em relação ao Brasil Victoria tem dúvidas relacionadas aos desdobramentos da reabertura econômica e acha que poderão ocorrer novos períodos de lockdown, embora considere que a atividade econômica crescerá em 2021.

Ao apresentar dados atualizados sobre recessão mundial, expansão fiscal e injeção de liquidez, Victoria enfatizou que o cenário de recessão ainda é grande, mas que já melhorou em relação há dois meses, pois diminuiu a previsão de queda do PIB nos EUA, na área do Euro, no Reino Unido e no Japão, enquanto que na China haverá até um crescimento tímido do PIB.

“Em ternos de resultado fiscal os resultados serão bem piores que no ano passado. Já houve essa semana uma aprovação de um pacote fiscal de 750 bilhões de euros que trouxe um alívio imenso para os países que estão em pior situação como a Itália. Os mercados ficaram entusiasmados com essa medida, pois agora haverá um pacote na área do Euro para poder enfrentar as conseqüências da pandemia em termos de crise econômica”, ressaltou Victória.

“Nos EUA também já estão gastando muito em termos fiscal e já se discute no congresso americano a possibilidade de um pacote extra de gasto fiscal. Para o ano que vem, o FMI apresentou perspectivas mais positivas para todos os mercados, com um aumento de 5,4% no PIB global e de 5,9% nas economias emergentes".

Em sua análise sobre a atual situação que afeta o país, Victoria Werneck apresentou questionamentos diante de tantas incertezas existentes. “Como deverá evoluir a pandemia? Quais as perspectivas de saída paulatina do regime de distanciamento social e os riscos de retrocesso envolvidos? Quão enfraquecido ficará o governo em decorrência dos equívocos no combate à pandemia, da recessão e da crise política que vem enfrentando?”, foram algumas das dúvidas apresentadas pela executiva.

A economista observou que alguns indicadores já apresentaram melhora. Victoria argumentou que em maio já ocorreu retomada da produção industrial devido ao crescimento de 1,3% em relação ao mês de abril. “Esse índice sinaliza recuperação econômica, embora seja de forma lenta. Quem também apresentou elevação foi o Índice de Confiança do Empresário Industrial. Em abril e maio esse índice estava perto dos 35 pontos, mas em junho passou para 41 pontos”.

Sua análise também contemplou a atividade de vendas no comércio varejista e no setor de serviços, onde Victória considera que o segmento foi bastante afetado pela crise, embora já tenha deixado a tendência negativa que apresentava até o mês de maio. Para a economista, um dos maiores desafios do Brasil atualmente, e também para o próximo ano, é o aumento da taxa de desemprego, que atingiu 12,9% em maio.

“O auxílio emergencial foi importante para manter a renda dos trabalhadores nesses últimos meses, mas a tendência é que a taxa de desemprego ainda cresça. Aumentará o número de pessoas que vão precisar do auxílio. Será preciso considerar um novo programa de ajuda, que também representa um aumento do déficit primário. Esse é um dos maiores desafios que o país terá pela frente”.

Saiba mais sobre Victória Werneck

Ao longo de sua carreira, atuou como economista-chefe do Banco de Investimentos UBS, da corretora BBA Icatu e do Banco Icatu, e economista-sênior do Departamento Econômico da Confederação Nacional da Indústria. Foi também professora do Departamento de Economia da PUC-Ri éo. Victória graduada em Economia e mestre em Economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

 

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