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O que você precisa saber antes de contratar um seguro

22.09.2020 - Fonte: Revista Cobertura

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A pandemia aumentou a procura do brasileiro por seguros que tragam alguma segurança financeira para casos de doenças, invalidez, desemprego ou para proteger a família em caso de morte. Mas o que deveria ser a solução para muitos problemas pode se tornar uma grande dor de cabeça, caso o plano ou a seguradora não seja escolhido com cautela. “São diversos os tipos de seguro e de seguradoras, se a pessoa não verificar bem o que está sendo contratado, pode pagar por muito tempo e, quando mais precisar, não receber nenhum centavo”, alerta o gestor de riscos financeiros, Yuri Utida.

O especialista explica que é preciso tomar cuidado com consultores que só estão focados em cumprir metas e pesquisar muito para fugir das chamadas seguradoras piratas. “Uma pessoa leiga no assunto pode ser influenciada a fechar contratos que, no fim, vão apenas retirar o seu dinheiro e nunca o devolver”.

Utida cita o exemplo de uma família que ficou sem receber o seguro por um descuido na hora de fechar o negócio. “A pessoa tinha uma doença pré-existente que a deixou inválida. Porém, na hora de fechar o contrato com a seguradora, isto não foi questionado e, um ano depois, após a morte do segurado, a família tentou receber a indenização, mas foi negada sob o apontamento de que a doença não havia sido informada”.

As seguradoras são protegidas pela lei em casos como estes. Os artigos 768 e 769 do Código Civil preveem que o segurado perde o direito à garantia caso sofra algum agravamento decorrente de doença que não foi anteriormente comunicada. Para evitar prejuízos, é preciso pesquisar e conhecer as opções que o mercado oferece, até encontrar a que melhor se encaixe nas necessidades de cada um. Além disso, o cliente deve ser totalmente transparente quanto aos seus dados e informações, para evitar surpresas no futuro.

Sem proteção

Uma modalidade que costuma causar problemas é a empresarial, mantida com a ideia de fornecer segurança aos funcionários, mas no fim pode não apresentar proteção nenhuma. “Muitas empresas não permitem o acesso às apólices, então o trabalhador sequer sabe sobre o que ele realmente está segurado”, afirma o especialista.

O gestor de riscos financeiros diz que estes seguros muitas vezes cobrem doenças e casos de invalidez, mas quando a pessoa desenvolve lesões ou doenças ocupacionais (a que é gerada devido às condições de trabalho), ela não está assegurada. “Empresas precisam ofertar um seguro para cumprir a lei e nem sempre oferecem a melhor cobertura ou a mais adequada”, explica.

Até mesmo nos casos de afastamento por invalidez, os seguros empresariais não fornecem retornos tão bons quanto aparentam. “Ver que você vai receber 20 vezes o seu salário impressiona, de início, mas a verdade é que se você está incapacitado, doente, sem conseguir trabalhar em definitivo, este valor vai te proteger por cerca de um ano e meio, após isso não se tem mais nada”, alerta Utida.
Orientações

Para evitar aborrecimentos e descobrir a forma de proteção do seguro empresarial, o especialista aconselha o funcionário a pedir a apólice para descobrir as proteções e as garantias. “É importante verificar a forma de correção do seguro, qual o capital que será recebido e a quem é preciso recorrer caso seja necessário acioná-lo. Mas o melhor é não ficar dependente de seguros empresariais, e buscar um individual. Ele tem que ser vitalício, com taxas congeladas e de contrato unilateral, de forma que somente o cliente possa cancelá-lo e o benefício não possa ser negado”, informa.

Consultar a reputação da seguradora também é um passo importante, afirma Yuri. “Pesquise sobre a empresa em que você está fazendo o seguro, confira a reputação dela no Reclame Aqui (site brasileiro de reclamações contra empresas sobre atendimento, compra, venda, produtos e serviços) e cheque se a companhia tem registro na Superintendência de Seguros Privados (Susep). Seguradoras que, por mais que tenham muitas reclamações, tenham também alta taxa de respostas e de soluções demonstram preocupação em prestar um bom serviço e não deixar o cliente desamparado”.

Utida recorda que, caso a pessoa não se sinta segura para escolher uma opção sozinha, há profissionais qualificados e imparciais que podem ajudar. “Eles vão compreender a sua situação financeira, os seus riscos, e então te fornecerão os seguros que melhor se encaixem na sua realidade”, conclui.

 

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