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Pandemia fez gaúchos contratarem (e resgatarem) mais seguros de vida

23.09.2021 - Fonte: Gaúcha ZH

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E não apenas para deixar herança, mas também para o caso de sequelas

Em meio ao impacto das mortes causadas pela covid-19, os gaúchos contrataram mais seguros de vida desde o início da pandemia. E não só para deixar uma herança financeira para os que ficam, mas também na modalidade de gozar do benefício em vida, em caso de sequelas de doenças. Em entrevista à coluna, a presidente da Comissão de Produtos de Risco da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Ana Flávia Ribeiro, destaca o aumento na procura por proteção financeira no Rio Grande do Sul:

– A pandemia nos mostrou a nossa finitude. Desde 2017, o seguro de vida (que está dentro do guarda-chuva das coberturas do seguro de pessoas) já estava em ascensão. Mas, com a pandemia, que nos fez viver algo que nunca experimentamos, essa busca foi intensificada – observa Ana.

O setor de seguros contabiliza R$ 3,8 bilhões em indenizações pagas entre abril de 2020 e julho de 2021 por mortes provocadas pela covid-19 no país. Foram mais de 86 mil sinistros decorrentes da doença. Deste total, 62 mil acertos foram feitos apenas neste ano, somando R$ 2,8 bilhões.

– E um detalhe importante é que, aqui no país, os contratos em vigor não garantiam o pagamento do seguro em decorrência de pandemia. Era uma cláusula excludente. Mas, logo no início da pandemia, as seguradoras decidiram garantir a indenização mesmo em morte decorrente da covid-19 – ressalta.

De janeiro a junho deste ano, o Rio Grande do Sul alcançou a terceira posição no país na contratação de seguro de pessoas, com cerca de R$ 1,86 bilhão em prêmios, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Deste total, R$ 445 milhões foram pagos em indenizações. Além do seguro de pessoas, a previdência privada também apresentou crescimento nos últimos meses.

De acordo com a Fenaprevi, nos primeiros seis meses de 2021, os mercados de previdência privada aberta e de seguro de pessoas seguiram crescendo. Se somados, apresentam resultado de R$ 90 bilhões em receitas. Destrinchado, o valor se refere a R$ 65,6 bilhões em contribuições nos planos de previdência aberta, com alta de 26,6% em relação ao ano anterior; e R$ 24,4 bilhões em prêmios garantidos pelos ramos de seguros de pessoas – 16,3% maior do que o mesmo período de 2020.

Apesar da curva ascendente, o setor sentiu impactos causados pela pandemia, como o aumento dos resgates de previdência privada que, no semestre, chegaram a R$ 49,2 bilhões – 22,2% acima do registrado em 2020.

Falando em previdência privada, o Rio Grande do Sul está em 4º lugar em participação nacional e, segundo a Fenaprevi, acumulou R$ 4,7 bilhões em aportes no 1º semestre de 2021, à frente de Santa Catarina (R$ 3.9 bi) e Paraná (R$ 3.7 bi) na região Sul.

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