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Para o presidente da Porto Seguro, open insurance não deve reduzir custos ao consumidor e traz alguns riscos

07.07.2021 - Fonte: CQCS

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Para o presidente da Porto Seguro, Roberto Santos, o open insurance pode ser considerado uma das maiores ameaças para as relação seguradora, corretor e consumidor. “A gente não tem nada contra a inovação, muito pelo contrário, estamos sempre na vanguarda de tudo isso. Ele é uma cópia do open banking. A diferença básica é que na relação com o banco é B2C, ou seja, banco com consumidor. No caso do seguro, o modelo é B2B2C onde você tem a figura do corretor como consultor do cliente. Quando você abre a conta em banco, não tem ninguém cuidando dele como consumidor perante o banco, cuidando dos interesses dele. No seguro tem a figura do corretor”, explicou o executivo em participação no programa Direto & Reto com Alexandre Camillo da TV Sincor-SP.

Na visão do executivo, o open banking tem como premissa a redução de custos para o consumidor, mas para o mercado de seguros não deve haver este impacto. “A grande maioria dos contratos tem a vigência de um ano e neste ano o consumidor tem a oportunidade de trocar de seguradora se a qualidade não está de acordo ou o custo está elevado, pois o corretor pode apontar isso pra ele. Já existe essa figura do corretor fazendo o papel de trocar de seguradora se ela não estiver prestando um bom serviço. Isso faz com que a seguradora tenha uma assistência adequada, porque se não tiver, perde o cliente”, destaca. Santos lembra que nenhuma seguradora possui 100% de renovação, já que o cliente vai embora por causa de preço e serviço.

Outro ponto que o mercado deve ficar atento é a questão da criação da Sociedade iniciadora de serviço de seguro, entidade que fará o serviço de agregação de dados, painéis de informação e controle. “O mercado segurador tem uma legislação específica e pretende-se criar uma nova figura com o open insurance. Todas as seguradoras mandam informação para a associação e se o segurado autorizar, a seguradora pode ir lá, pegar a informação de qualquer seguro. Mas hoje já existe a central de bônus na renovação para ver se o segurado teve sinistro ou não. Nosso mercado está bastante adiantado neste sentido. Temos ali a figura do corretor fazendo este papel. Como fica o papel do corretor?”, questiona.

Santos afirma que estão sendo feitas reuniões com a Susep para entender quem fará a regulação e fiscalização da atuação da Associação, pois neste formato, não concorda com isso. “Em tempos de LGPD, ficar circulando informações de cliente apresenta mais risco. Se vaza um dado, como identificamos onde foi que houve este vazamento? Estamos preocupados com isso”, afirma. O executivo destacou que tanto na companhia quanto na CNseg estão sendo feitas muitas discussões sobre o assunto, para ajustar esta questão.

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