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Seguradoras e resseguradoras se unem para criar modelo inédito de seguro

24.03.2021 - Fonte: CQCS com informações do Valor Econômico

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A falta de chuvas pode deixar o pasto seco e dificultar o cuidado com o gado. Por isso, seguradoras e resseguradoras brasileiras e estrangeiras uniram-se para criar um modelo inédito de seguro “de índice”, que cobrirá perdas de pastagens causadas por eventos climáticos, principalmente a seca.

O jornal Valor Econômico publicou uma matéria falando do lançamento que inclui o uso da tecnologia de monitoramento por satélites da Airbus. Com o nome de “Pastagem Protegida – Índice”, a ferramenta foi elaborada pelas resseguradoras Scor e IRB Brasil e pela seguradora Essor. As operações de campo serão gerenciadas pela AgroBrasil, braço agrícola da Essor no país.

O seguro de índice, também conhecido como “paramétrico”, baseia-se em históricos de eventos naturais para calcular a probabilidades de ocorrência ou não de problemas climáticos em uma área determinada. Caso esse índice seja alcançado, a cobertura pode ser acionada. O Seguro paramétrico de lavouras já existe no Brasil, apesar de não ser tão disseminado. A reportagem diz que as empresas envolvidas disseram que esse é o primeiro seguro paramétrico de pastagens do país e, também, o primeiro para a agropecuária em geral que utiliza imagens de satélites de passagem.

“Esse tipo de produto pode ser um divisor de águas e dará suporte aos produtores na adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis”, disse, em comunicado, Laurent Rousseau, CEO da Scor Global.

O modelo tem por base o Índice de Produção de Pastagem da Airbus Defesa e Espaço (GPI). A ferramenta combina tecnologia de detecção remota com informações sobre o clima para monitorar regularmente áreas de pecuária e estimar perdas de produção causadas por eventos climáticos.

Como vai funcionar

Com base nas informações, a AgroBrasil indenizará os pecuaristas que tiverem prejuízos nas pastagens. Os produtores poderão usar o dinheiro do seguro para comprar forragem para alimentar o gado, além de permitir aos pecuaristas aumentar a produção por hectare sem precisar de terra adicional para pasto.

Em declaração feita ao jornal, Laura Neves, CEO da AgroBrasil, afirmou que a preocupação é coma seca que exige que o produtor leve o gado para outra área ou compre silagem. “É um risco catastrófico, que afeta também os pecuaristas vizinhos. Com os preços de insumos e ração em alta, a receita do produtor acaba afetada”, disse a executiva.

Já a vice-presidente executiva de Resseguros do IRB Brasil, Isabel Blazquez Solano, disse em nota que, com o produto, a indústria do seguro consegue transferir ganhos potenciais de forma efetiva aos pecuaristas por meio da transformação digital no agronegócio.

As empresas mapearam áreas com pecuária extensiva e mais variações climáticas, como as regiões Centro-Oeste e Sul, Triângulo Mineiro, interior de São Paulo e localidades na Bahia. Segundo Laura Neves, o satélite consegue definir índices para pequenos perímetros de terra, o que permite uma análise detalhada da produção tanto de grandes áreas de pecuária extensiva quanto de núcleos de atividade familiar.

A ferramenta “Pastagem Protegida – Índice” poderá ser acessada via plataforma online fornecida pelas empresas. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) está desenvolvendo um projeto para fornecer dados a uma plataforma única com indicadores para esses modelos de cobertura.

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