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Seguro de vida não muda, por ora, com queda da expectativa de vida pela Covid-19

05.01.2021 - Fonte: Sonho Seguro

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“Os recentes dados do IBGE nos trazem apenas uma ideia do que pode acontecer”, diz Nilton Molina.

A expectativa de vida ao nascer dos brasileiros deve diminuir pela primeira vez desde 1940 com a morte de mais de 190 mil pessoas pela Covid-19, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a mudança, as estimativas para os próximos anos mostram que a pandemia vai reverter a tendência observada nas últimas décadas, que passou, pouco a pouco, a registrar maior tempo de vida dos brasileiros.

E como isso afeta o seguro de vida, que tem como base de cálculo atuarial a expectativa de vida das pessoas? Segundo Nilton Molina, presidente do conselho do grupo MAG Seguros (ex-Mongeral Aegon), o cenário depende da capacidade que o governo vai ter de vacinar a população durante o ano de 2021. Depois seria preciso separar quais mortes foram causadas pela Covid e por outras doenças como respiratórias, cardíacas entre outras.

“Esses dados nos trazem apenas uma ideia do que pode acontecer. O cálculo da expectativa vida – que considera todas as mortes e um conjunto de dados que resulta numa média ponderada, mostra hoje que há uma expectativa matemática de redução da taxa de expectativa de vida”, argumenta.

Segundo Molina, num dado momento de 2021, “quando a pandemia terminar – assim espero – esses números serão revistos e voltaremos às expectativas anterior. Na década de 80, quando veio a Aids, os técnicos queriam aumentar o preço do seguro de vida pelo temor de haver muitas indenizações e isso causar o desequilíbrio da carteira. E não foi nada disso que vimos. Então é preciso ter calma antes de qualquer ação em um seguro que está começando a fazer parte do planejamento financeiro do brasileiro. Apesar das novas doenças, temos uma nova medicina, que ajudou a reduzir o preco do seguro de vida pela sobrevivência com diagnósticos prematuros e tratamentos eficazes”, conclui o especialista em longevidade.

Segundo disse o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, ao Estadão, historicamente, a cada três anos, nós ganhamos um ano de expectativa de vida ao nascer”, explica. “Agora, vamos perder em um ano o que levamos seis anos para conseguir. Ou seja, não só vamos deixar de avançar como vamos também retroceder.” Do ponto de vista demográfico, o impacto é muito grande, sobretudo porque 75% da letalidade da doença se concentra entre os idosos. Em geral, as mortes de crianças e jovens têm um impacto muito maior na expectativa de vida média da população do que entre os mais velhos.

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