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Um encontro dos deuses

15.07.2021 - Fonte: Cesar Cidade Dias

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O ano era 2017. Um menino nascido na Alemanha, e que desde bebê vivia no Brasil, encontrou em Ilhabela/SP um gaúcho, treinador de Vela, que havia a poucos meses começado um projeto de desenvolvimento do esporte naquela cidade. Dois "forasteiros" se encontraram tão longe de suas origens para mostrar que nada na vida parece ser em vão.

Os encontros jamais devem ser vistos como casualidade. O destino é uma obra divina e Nelson Rodrigues definiu com brilhantismo que "Deus surge, exatamente, nas coincidências".

Pois uma coincidência de deus fez com que, quase quatro anos depois, aquele encontro escrevesse uma das mais lindas páginas da história do esporte brasileiro.

Na última semana, aos 15 anos, o brasileirinho nascido tão longe Alex Kuhl conquistou o título do Campeonato Mundial da Classe Optimist realizado na Itália, feito jamais alcançado por outro atleta brasileiro. No Brasil, Alexandre Paradeda, atleta multicampeão e que assumiu o papel de treinador em um projeto de vida em São Paulo, recebia aos prantos a notícia de que seu pupilo havia feito história nas águas e ventos italianos.

O encontro de um menino nascido na Alemanha, na época com apenas 11 anos, em águas paulistas, com um gaúcho de Porto Alegre transformou a história da Vela e nos virou em reflexão. Aquele encontro, protagonizado pelo destino, anos depois, explicou o seu sentido.

A história destes dois talentos do esporte brasileiro talvez tomem rumos muito distintos. O jovem menino talvez caminhe para outros ventos e o experiente treinador talvez procure outros desafios. O tempo é sempre uma surpresa.

Neste momento, no entanto, no mundo real, esportistas brasileiros comemoram o feito e amantes da vela enaltecem o talento e o trabalho do menino e do seu treinador. Nós, envoltos em outra cena, agradecemos a vida e suas coincidências divinas. A obra de deus, a benção do destino, a emoção da história e o fascínio do feito nos transportam de dimensão e nos tatuam de um sentimento que jamais vamos conseguir definir.

O título está escrito, explicado em fotos e vídeos e em um troféu inédito, mas a alegria do menino de apelido Alemão quando se jogou vitorioso nas águas italianas e encontrou, no mesmo instante, as lágrimas do seu treinador agradecido explicam algo além do que sabemos. Não existe fronteira para o destino e um encontro sempre precisa ser visto como algo de Deus!


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